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Esquizofrenia

Atualizado: 23 de jul. de 2021


O que é esquizofrenia?

Embora seja discutida como se fosse uma única doença, a esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e cursos da doença variáveis.

Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. A expressão dessas manifestações varia entre os pacientes e ao longo do tempo, mas o efeito da doença é sempre grave, persiste por toda vida e afeta pessoas de todas as classes sociais.

A esquizofrenia é igualmente prevalente em homens e mulheres. Ambos os sexos diferem, no entanto, quanto ao início e ao curso da doença. O início é mais precoce entre homens. Assim sendo, mais da metade dos pacientes com esquizofrenia do sexo masculino, e apenas um terço dos pacientes do sexo feminino, têm sua primeira internação em hospital psiquiátrico antes dos 25 anos de idade. As idades de pico do início são entre 10 e 25 anos para os homens e entre 25 e 35 anos para as mulheres. Diferentemente deles, as mulheres exibem distribuição etária bimodal, com um segundo pico ocorrendo na meia-idade. Cerca de 3 a 10% das mulheres apresentam início da doença após os 40 anos. Em torno de 90% dos pacientes em tratamento têm entre 15 e 55 anos. O início da esquizofrenia antes dos 10 anos ou após os 60 anos é extremamente raro. Alguns estudos indicaram que os homens têm maior probabilidade de sofrer sintomas negativos do que as mulheres, e que estas têm maior probabilidade de ter melhor funcionamento social antes do início da doença. Em geral, o resultado para os pacientes do sexo feminino é melhor do que para os do sexo masculino. Quando o início ocorre após os 45 anos, o transtorno é caracterizado como esquizofrenia de início tardio.

O surgimento do transtorno é notado primeiramente pela família e amigos, que percebem uma mudança no comportamento da pessoa. Ela passa a ter mau rendimento em áreas da vida cotidiana, como na escola, no trabalho ou nas relações sociais e familiares.

A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua, episódica e ainda incluir um ou vários episódios seguidos de remissão completa ou incompleta.

Quais os sintomas da esquizofrenia?

Os sintomas da esquizofrenia podem ser divididos em dois grupos: negativos e positivos.

Os sintomas negativos das psicoses esquizofrênicas caracterizam-se pela perda de certas funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem, etc.) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo.


Os principais sintomas negativos são:

  • Distanciamento afetivo

  • Retração social

  • Empobrecimento da linguagem

  • Diminuição da fluência verbal

  • Diminuição da vontade

  • Negligência contra si mesmo

  • Lentificação e empobrecimento psicomotor


Ao contrário dos sintomas negativos, que se manifestam pelas ausências e pelos déficits comportamentais, os sintomas positivos são manifestações novas, floridas e produtivas do processo esquizofrênico.


Os principais sintomas positivos são:

  • Alucinações, ilusões ou pseudoalucinações auditivas (mais frequentes), visuais ou de outro tipo.

  • Ideias delirantes, de conteúdo paranoide, autorreferente, de influência ou de outra natureza.

  • Comportamento bizarro, atos impulsivos.

  • Agitação psicomotora.

  • Ideias bizarras, não necessariamente delirantes.

  • Produções linguísticas novas como neologismos e parafasias.


Como é feito o diagnóstico de esquizofrenia?

É feito através de critérios diagnósticos:

Dois (ou mais) dos itens a seguir devem estar presentes por um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso) sendo que pelo menos um deles deve ser delírio, alucinação ou discurso desorganizado:


1. Delírios.

2. Alucinações.

3. Discurso desorganizado.

4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.

5. Sintomas negativos.


É obrigatório que haja um prejuízo significativo em uma ou mais áreas importantes do funcionamento, como trabalho, relações interpessoais ou autocuidado e que a duração mínima seja de seis meses, incluindo não apenas o período de sintomas positivos, como também períodos prodrômicos ou residuais.

Para que seja formulado o diagnóstico de esquizofrenia, devem ser afastadas hipóteses como transtorno depressivo, transtorno bipolar, transtorno esquizoafetivo, transtorno mental relacionado ao uso de substâncias ou doença não psiquiátrica.


O que causa a esquizofrenia?

Sabe-se que a esquizofrenia é uma doença multifatorial, sendo causada pela interação de diversos fatores.

Pode-se, assim, dividir os fatores de risco em duas categorias: aqueles inatos, compreendidos por questões genéticas, e os fatores de risco ambientais. A interação de ambos seria responsável pelo desencadeamento da doença.


São fatores de risco para o desenvolvimento da esquizofrenia:

  • Pré-natais: infecções maternas (influenza, rubéola e toxoplasmose), deficiência nutricional da mãe, exposição ao cigarro.

  • Complicações na gestação, parto e período perinatal.

  • Traumas na infância: abuso físico, verbal e sexual, bem como negligência, conflitos familiares, ou morte de um dos pais.

  • Histórico familiar;

  • Idade avançada do pai;

  • Uso de drogas psicoativas durante a juventude e adolescência.


Como é o tratamento da esquizofrenia?

Embora os medicamentos antipsicóticos sejam o pilar do tratamento para a esquizofrenia, pesquisas revelaram que intervenções psicossociais, incluindo psicoterapia, podem contribuir para a melhora clínica. Tendo em vista que, assim como os agentes farmacológicos são usados para tratar possíveis desequilíbrios químicos, as estratégias não farmacológicas podem tratar questões não biológicas. Devido à complexidade da esquizofrenia, doença multifacetada, geralmente qualquer abordagem terapêutica realizada de forma isolada se torna inadequada. Modalidades psicossociais devem ser integradas ao regime de tratamento farmacológico, apoiando-o. Os pacientes com esquizofrenia beneficiam-se mais da combinação de uso de medicamentos antipsicóticos e tratamento psicossocial do que de um ou outro tratamento usado de forma única.




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